Baratas Podem Gerar Energia Elétrica - Inseto Cyborg
Que saudades da antiga série televisiva, “Cyborg – O Homem de Seis Milhões de Dólares”, estrelada pelo ator Lee Majors. Neste antigo sucesso da TV, após um grave acidente, um piloto americano chamado Steve Austin teve implantados alguns órgãos robóticos em seu corpo. Essas substituições lhe garantia uma visão excepcional além de uma velocidade e força sobre humanas.
A ciência vem a cada dia desenvolvendo tecnologias que vem gradualmente tornando realidade a ficção do homem meio-máquina. Mas até agora, quase todos os projetos que tem adaptado dispositivos mecânicos ou eletrônicos em seres vivos vem sendo possíveis graças a fontes externas como baterias, pelo movimento ou pela captação e transformação da luz em energia.
Mas isso parece finalmente estar mudando. Pesquisadores da Case Western University, em Cleveland, Ohio, Estados Unidos, liderados pelo professor Daniel Scherson, encontraram uma forma de captar energia a partir de produtos químicos resultantes da ingestão de alimentos.
Como foi feito o Experimento
A comida que ingerimos diariamente é transformada em glicose que por sua vez é fonte de energia para nosso corpo. Insetos, como a barata por exemplo, tem uma química parecida, eles transformam os alimentos digeridos em uma substância chamada trealose. Através de eletrodos, foi possível quebrar essa substância em açúcares mais simples liberando elétrons que fornecem energia elétrica.
"Estamos usando esses produtos químicos como combustível para converter energia química em energia elétrica" afirmou Scherson.
Depois de implantados os eletrodos, os animais caminharam normalmente parecendo não terem sofrido nenhum dano físico.
A equipe de Scherson testou também o método em um cogumelo, que também têm trealose, e conseguiram assim também obter tensão elétrica. O resultado dessa pesquisa foi publicado em 03 de janeiro no Journal of the American Chemical Society.
No experimento com as baratas, foi possível gerar 0,2 volts no máximo, o que correponde a mais ou menos um décimo da voltagem de uma pilha pequena (AAA) . Essa energia seria suficiente para enviar uma mensagem a uma distância de 2 polegadas, segundo relatou Scherson ao site InnovationNewsDaily.
Ou seja, ainda não daria prá fazer praticamente nada com uma corrente elétrica tão baixa. Mas o pesquisador prevê que esses insetos poderiam um dia ser equipados com sensores e equipamentos de transmissão, para serem enviados a áreas contaminadas e auxiliarem no monitoramento transmitindo informações às pessoas.
A própria Agência de Projetos de Pesquisa Avançados do Departamento de Defesa americano estaria interessada em pesquisas para a geração de eletricidade em insetos, o que poderia permitir que fossem instalados microcâmeras ou microfones neles.
Scherson esclareceu que o grande desafio é o limite de energia possível de ser obtida num inseto considerando a pouca quantidade de sangue que possuem. Entre os próximos passos dessa pesquisa estão os testes para ver quantas células de combustível uma barata pode tolerar visando obter o máximo de energia possível. A seguir, pretendem ligar essas células de bio-combustível nas baratas a circuitos de rádio para verificar se o inseto pode recolher informação e transmiti-lo usando sua própria energia.
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