sábado, 30 de junho de 2007

Bakunin, os interesses do povo e o discurso de Roriz



Encontrei por acaso esta frase do anarquista russo Mikhail Bakunin, que remete a alguma reflexão sobre nosso momento político, onde aqueles que deveriam representar os interesses populares usam o poder que lhes foi outorgado pelo voto para satisfazerem-se a si próprios:


"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana."

Bakunin atribui a própria essência da natureza humana este egoísmo que sufoca gradualmente qualquer idealismo a medida que vai se habituando ao exercício do poder.

Num outro artigo, intitulado Sufrágio Universal onde o anarquista russo reflete sobre o poder do voto outorgado ao povo e que também termina por ser distorcido inevitavelmente ele afirma:


"Os homens acreditavam que o estabelecimento do sufrágio universal fosse a garantia
de liberdade dos povos...

... Os radicais não queriam enganar o povo, pelo menos assim
asseguram as obras liberais, mas neste caso eles próprios foram enganados.
Eles estavam firmemente convencidos quando prometeram ao povo a
liberdade através do sufrágio universal. Inspirados por essa convicção, eles
puderam sublevar as massas e derrubar os governos aristocráticos
estabelecidos.

Hoje depois de aprender com a experiência, e com a política do
poder, os radicais perderam a fé em si mesmos e em seus princípios derrotados
e corruptos. Mas tudo parecia tão natural e tão simples: uma vez que os
poderes legislativo e executivo emanavam diretamente de uma eleição
popular, não se tornariam a pura expressão da vontade popular e não
produziriam a liberdade e o bem estar entre a população?

Toda decepção com o sistema representativo está na ilusão de que um governo
e uma legislação surgidos de uma eleição popular deve e pode representar a
verdadeira vontade do povo. Instintiva e inevitavelmente, o povo espera duas
coisas: a maior prosperidade possível combinada com a maior liberdade de
movimento e de ação. Isto significa a melhor organização dos interesses
econômicos populares, e a completa ausência de qualquer organização política
ou de poder, já que toda organização política se destina à negação da
liberdade. Estes são os desejos básicos do povo. Os instintos dos governantes,
sejam legisladores ou executores das leis, são diametricamente opostos por
estarem numa posição excepcional.

Por mais democráticos que sejam seus sentimentos e suas intenções, atingida
uma certa elevação de posto, vêem a sociedade da mesma forma que um
professor vê seus alunos, e entre o professor e os alunos não há igualdade. De
um lado, há o sentimento de superioridade, inevitavelmente provocado pela
posição de superioridade que decorre da superioridade do professor, exercite
ele o poder legislativo ou executivo. Quem fala de poder político, fala de
dominação.


Quando existe dominação, uma grande parcela da sociedade é
dominada e os que são dominados geralmente detestam os que dominam,
enquanto estes não têm outra escolha, a não ser subjugar e oprimir aqueles que
dominam. Esta é a eterna história do saber, desde que o poder surgiu no
mundo. Isto é, o que também explica como e porque os democratas mais
radicais, os rebeldes mais violentos se tornam os conservadores mais
cautelosos assim que obtêm o poder. Tais retratações são geralmente
consideradas atos de traição, mas isto é um erro. A causa principal é apenas a
mudança de posição e, portanto, de perspectiva."


Apesar desta lúcida constatação de Bakunin, ainda considero o regime democrático a melhor solução para os anseios do povo. O que falta é o refinamento deste sistema de modo que os mecanismos que o sustentem sejam de fato a garantia de que o desejo da maioria esteja eficientemente representado.
Chegamos ao ponto de reconhecer na lei algo que é aplicado para a maioria, mas que em situações especiais terá sua aplicação amenizada na medida do poder financeiro ou político que o indivíduo exerça.
Reverter este quadro é um processo lento que deve empreender esforços de toda a sociedade a começar pela família e a retomada de sua importância na preparação do indivíduo para convívio na coletividade. A formação escolar deverá prover muito mais do que conhecimento, mas educação política, ética e sobretudo espiritual, remetendo a valores que trascendam a próprio vida do homem.
Talvez assim um dia não veremos mais cenas teatrais como a que protagonizou Roriz esta semana com seus apelos divinos e lágrimas de crocodilo.

Enfim chegou o tão aguardado iPhone



Em termos de criar expectativa no lançamentos de novos produtos a Apple realmente sabe das coisas. Durante os últimos meses vem provocando de tal forma a curiosidade a respeito do iPhone que chegaram a se formar filas de fãs defronte as tradicionais lojas da 5th avenue em Nova York alguns dias antes de seu lançamento oficial, nesta sexta-feira (29-06-07) .
Nem o calor em torno de 30 graus, nem o elevado custo do contrato com a AT&T, operadora de telefonia com contrato de exclusividade com Apple, assustaram os entusiastas por novidades tecnológicas.
A expectativa dos analistas é de que as vendas disparem já nos primeiros meses de venda do iPhone, implicando em mitos casos a troca de operador de telefonia para muitos usuários que deverão desembolsar cerca de 3 mil dólares em 2 anos de contrato com a AT&T.
Visando alavancar ainda mais as vendas do iPhone a Apple divulga um vídeo (quicktime) em seu site que mostra principais características do novo aparelho:

Anunciada como a mais revolucionária interface desde o surgimento do mouse, o controle do iPhone é baseado num grande display sensível ao toque que permite total controle de seu software apenas usando a ponta dos dedos. É possível manipular arquivos e fotos, deslizando-os na tela do iPhone para depois enviá-los por e-mail além de se poder dar um 'zoom' em detalhes de uma página web apenas utilizando o display multi-touch do iPhone.

O inovador teclado do IPhone é muito mais eficiente que os teclados convencionais pois permite que sejam enviadas e recebidas mensagens SMS em múltiplas sessões simultaneamente, corrigindo e prevenindo erros de digitação.
O sistema operacional OS X, permite acessar aplicações num dispositivo handheld incluindo e-mail no formato HTML, plena navegação em páginas web (utilizando Safari), calendário, mensagens de texto, Livros de endereço, previsão do tempo, índices financeiros, mapas, anotações e o próprio YouTube. Devido a capacidade multitarefa do iPhone um usuário poderá ler uma página web enquanto baixa seus e-mails simultaneamente.

Utilizando tecnologia quad-band GSM, padrão mundial para comunicações sem fio, ele permite conexão a rede da companhia AT&T nos estados unidos, tendo a capacidade de trocar entre o serviço EDGE e Wi-fi a medida que o usuário mude de localização, facilitando a transição entre redes wireless.

O recurso 'accelerometer' do iPhone detecta automaticamente quando o aparelho é girado e muda o conteúdo de sua tela fazendo com que seja visualizada corretamente uma foto ou uma página web tanto no formato 'retrato' como 'paisagem'.

Um sensor de proximidade do aparelho detecta quando a tela pode ser desligada economizando assim energia. Sensores de luminosidade ajustam a luz da tela conforme a necessidade provocada pelo luz do ambiente.

Veja o vídeo de apresentação no web site da Apple aqui

Fonte:Apple

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