Stephen Hawking Acredita no Armageddon Nuclear
Em comemoração ao 70 º aniversário do físico Stephen Hawking a BBC Radio 4 fez uma entrevista com este que é o maior nome da física mundial após Albert Einstein.
"É possível que a raça humana possa se extinguir, mas isso não é inevitável.Eu acho que é quase certo que um desastre, causado por uma guerra nuclear ou pelo aquecimento global, vai acontecer a terra em alguns milhares de anos.
É essencial que colonizemos o espaço. Acredito que colônias em Marte e outros lugares do sistema solar vão estabelecer a auto-sustentação, embora provavelmente não nos próximos 100 anos", respondeu Hawkings a mais uma das perguntas dos ouvintes.
Cosmólogo e físico na Universidade de Cambridge, o professor Stephen Hawkings se diz otimista quanto aos progressos que a ciência vem obtendo e que poderão em alguns anos permitir que o homem se espalhe pelo universo, inclusive além de nosso sistema solar.
"A descoberta de vida inteligente em outros lugares do universo seria a maior descoberta científica já realizada. Mas seria muito arriscado tentar se comunicar com uma civilização alienígena pois se eles decidirem nos visitar, então, o resultado poderia ser semelhante a quando os europeus chegaram à América. Isso não deu muito certo para os nativos americanos."
A um ouvinte que questionou sobre se houve um momento em que não existia absolutamente nada, Hawking respondeu que a origem do universo pode ser explicado pelas leis da física, sem qualquer necessidade de milagres ou intervenção divina.
"Estas leis estabelecem que o universo foi espontaneamente criado a partir do nada em uma expansão súbita. Chama-se inflação, porque aconteceu da mesma forma como os preços sobem num ritmo crescente. O tempo passou a ser definido apenas com o Universo. Então não faz sentido falar sobre o tempo antes do início do Universo. Seria o mesmo que querer um ponto ao sul do pólo sul "
Hawking, utilizando um sintetizador de voz devido a incapacidade física resultante de sua doença neurológica, também emitiu sua opinião sobre os resultados dos experimentos realizados pela Organização Européia para Pesquisa Nuclear (sigla em francês CERN) que mantém o gigantesco acelerador de partículas situado entre a fronteira franco-suiça.
Respondendo sobre as descobertas de que algumas partículas poderiam viajar mais rápido que a velocidade da luz, desafiando as leis conhecidas da física, ele afirmou: A "teoria da relatividade de Einstein prevê que nada pode viajar mais rápido que a velocidade da luz. Assim, se o experimento Opera estiver correto, e neutrinos de fato viajam mais rápido que a luz, então a teoria da relatividade está errada.”
"Entretanto, não acredito nas conclusões do projeto Opera, porque eles discordam da detecção de neutrinos na supernova SN 1987A."
"Entretanto, não acredito nas conclusões do projeto Opera, porque eles discordam da detecção de neutrinos na supernova SN 1987A."
O experimento Opera (sigla para Oscillation Project with Emulsion-tRacking Apparatus) foi projetado para testar o fenômeno de oscilações de neutrinos. Para estes testes é utilizado o feixe de neutrinos de alta-intensidade e alta-energia produzido no acelerador de partículas em Genebra que por sua vez aponta para o laboratório subterrâneo LNGS de Gran Sasso, há 730km, no centro da Itália. O objetivo do experimento Opera é detectar pela primeira vez o aparecimento de tau-neutrinos durante a viagem de 3 milissegundos de Genebra para GranSasso.
A detecção na supernova, citada por Hawking, se refere a rajadas de neutrinos detectadas em 1987 na qual neutrinos resultantes da explosão estelar teriam viajado à velocidade da luz. Se o experimento do CERN estiver correto, eles teriam sido detectados anos antes que a luz da explosão fosse avistada na Terra. Em oposição ao intervalo de apenas algumas horas entre ambos.
Crédito da Imagem: Sarah Lee – Science Museum
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