Flanelinhas uma praga brasileira
Continua repercutindo o e-mail abaixo que enviei para o jornalista Antônio Carlos Macedo sobre a ação dos flanelinhas em Porto Alegre.
Chega de sermos reféns desses marginais que de ‘guardadores de carros’ não tem nada. São criminosos que extorquem cidadãos de bem principalmente em dias de espetáculos em que grande fluxo de veículos estaciona em locais públicos.
Mais uma vez o jornalista Antônio Carlos Macedo demonstra porque é tão admirado tanto no jornal quanto no rádio onde seu programa Gaúcha Hoje é líder de audiência no segmento jornalismo.
São pessoas como ele que nos fazem pensar que nem tudo está perdido. Que vale a pena acreditar que esse país tem jeito, basta que não fiquemos calados aceitando tacitamente o que nos impõem. Temos sim, que exigir nossos direitos acreditando que algo vá mudar pelo menos um pouco.
Abaixo o email que enviei ao jornalista:
Macedo, sábado passado (27/11) fui com alguns amigos assistir o excelente espetáculo Orquestra da Ulbra interpreta clássicos do Rock no Salão de Atos da reitoria da UFRGS.
Já ao estacionarmos os dois carros no estacionamento público que tem ali atrás da reitoria, no parque da redenção, bem na curva, fomos abordados por flanelinhas.
Eles não estavam pedindo qualquer trocado prá ‘cuidar ‘ dos carros. Queriam R$10 reais cada um. Um amigo deu os R$ 10 prá um deles, usando daquela lógica de que seria bem mais caro consertar o carro depois caso não desse.
Pois o outro sujeito também queria R$10 reais e ficou ali pressionando insistentemente. Meu amigo falou que não tinha troco e que pagaria alguma coisa apenas na volta. Mas o tal flanelinha ficou insistindo, insistindo, agressivamente.
Conseguimos nos livrar e na volta o tal flanelinha que já tinha recebido os R$10 reais, como já era de se esperar, já tinha ido embora.
O outro ainda estava lá e quando oferecemos R$ 4 reais ele ficou bravo, fechou a cara insinuando que não iria deixar assim. Insistia veementemente que queria R$10 reais por que tinha ‘cuidado’ do carro.
Vamos acabar com esse eufemismo, pagamos essa gente prá que não cause nenhum dano em nossos carros ou mesmo prá não sermos AGREDIDOS. Isso é ”EXTORSÃO”. E onde estão as autoridades, que entra ano e sai ano e a ação desses marginais não é contida?
Não seria o caso de, em dia de espetáculo ou formatura colocarem uma viatura da Brigada , exatamente ali naquele estacionamento público atrás da reitoria da UFRGS para coibir a ação desses marginais?
Pagamos o que o sujeito estava pedindo para podermos ir embora tranqüilos. Temíamos que ele estivesse armado ou se os outros elementos que assistiam a uma certa distância viessem em seu auxílio.
Macedo eu pergunto, não seria o mínimo de bom senso colocar policiamento neste local para conter esses marginais, pois é comum a presença deles não só em dias de espetáculos, mas também quando há formaturas na Universidade Federal ?
Abaixo a repercussão na coluna do Macedo no Diário Gaúcho:
A CHAMADA DAS RUAS (diário gaúcho 02/12/2008 página 4)
EXTORSÃO CONTINUA
Segue a pleno a extorsão praticada por flanelinhas contra donos de carros em Porto Alegre. O entorno da Reitoria da UFRGS é um dos pontos de achaque. Um leitor conta que sábado passado foi obrigado a pagar R$10 ao deixar o automóvel na área pública atrás do complexo universitário. Na volta, não encontrou nem rastro do “zelador”.
Diante do ocorrido, indignado, ele desabafa “Vamos deixar de meias palavras. Pagamos é para não ter o carro danificado ou não ser agredido. Isso é extorsão, não tem outro nome.”. O leitor encerra com uma pergunta: “Se a polícia sabe que os flanelinhas agem neste local, porque não dá uma geral na área ao menos nos dias de shows e formaturas?”
E na coluna de hoje do Diário gaúcho veio a resposta da brigada militar que pode ser lida abaixo. Fico contente com a resposta. Não podemos esquecer que nossas instituições policiais enfrentam a violência urbana em desvantagem pois os recursos são escassos ao passo que o crescimento da criminalidade é constante.
No momento que somos importunados pelos flanelinhas e não visualizamos nenhuma viatura por perto nos sentimos reféns da criminalidade. Mas agora lendo a resposta do Major Medina vejo que a polícia militar está fazendo sua parte, e que é muito difícil estar em tantos lugares da cidade onde esses sujeitos atuam.
Vejo que também agimos corretamente em não retrucar com violência a ação desses elementos pois como o próprio major falou muitos são foragidos e eu acrescento que eles não tem nada a perder.
Quem sabe um dia nossa sociedade consiga criar mecanismos legais para conter de forma mais eficiente a ação dos tais ‘flanelinhas’.
Veja a coluna de hoje do Macedo:
BRIGADA X FLANELINHAS (ANTONIO CARLOS MACEDO Diario gaúcho 05/12/2008 pág:6)
O major Aroldo Medina, comandante da 3ª companhia do 9º BPM enviou mensagem sobre a condenável atuação dos flanelinhas de Porto Alegre, assunto que abordei no começo da semana:
“Li a reclamação procedente de um leitor do Diário gaúcho sobre a extorsão que sofreu no entorno da reitoria da UFRGS. O 9º BPM coíbe, diariamente, em vários pontos da cidade, a ação de pessoas com o perfil do sujeito que importunou o cidadão.
Quando agimos de um lado, eles fogem para o outro. São tantos que se multiplicam numa progressão maior do que nossa capacidade de erradicar o problema por completo como gostaríamos de fazer. Mesmo assim, abordamos todos os dias dezenas de guardadores de veículos que, indevidamente, se apropriam de um espaço que é público, cobrando por serviços duvidosos. Entre eles, muitos são foragidos, e outros têm longa ficha policial. Neles aplicamos a lei e trabalhamos para manter a ordem pública.
Vilão Vira Vítima
“Por fim, terminamos o dia, pasmem, os leitores, ainda respondendo por denúncias de guardadores que tem a ‘cara de pau’ de comparecer na corregedoria da BM para reclamar da PM que os tirou da rua e os levou para um quartel ou delegacia para ser identificado, só porque não portava documentos ou porque ‘só estava cobrando’ por um serviço ‘regulamentado’ pelo Ministério do Trabalho.
É, major, estamos vivendo tempos bicudos. Os valores estão de tal forma invertidos que poste já se acha no direito de fazer xixi em cachorro. Não vou me surpreender se, daqui a pouco, algum PM por punido pela ousadia de cumprir com o dever de dar proteção às vítimas golpistas.”
E você o que acha da ação dos flanelinhas?