Tratamento Pode Reverter Síndrome De Down
Cientistas conseguem reverter os problemas de aprendizagem e memória em ratos com síndrome de down.
Uma equipe de cientistas do Instituto Nacional de Saúde de Bethesda, em Maryland, Estados Unidos descobriram que injetando duas proteínas (chamadas NAP e SAL) eles poderiam evitar problemas de desenvolvimento em ratos geneticamente modificados para ter a síndrome de Down.
As injeções tinham que ser administradas nas mães dos ratos enquanto eles ainda estavam no útero materno. O problema é que este tratamento, se fosse aplicado em seres humanos, representaria um risco muito grande.
Eles então passaram a se questionar se a mesma técnica funcionaria em ratos já adultos, portadores da síndrome de down.
A equipe de cientistas liderada pela doutora Catherine Spong modificou então geneticamente alguns ratos para ter um 16 cromossomo extra. Isso caus causa problemas semelhantes aos causados por um cromossomo 21 extra em humanos, causador da síndrome de down.
Os animais foram então submetidos ao seguinte teste: eles tinham que encontrar uma plataforma submersa em um labirinto de água usando como referências sinais visuais.
Os ratos com síndrome de Down geralmente levam o dobro do tempo para encontrar a plataforma , em comparação com ratos saudáveis. Mas, depois de um tratamento de quatro dias, onde receberam de via oral as proteínas NAP e SAL, os ratos Down aprenderam a se orientar pelo labirinto de forma praticamente igual aos ratos normais.
As proteínas NAP e SAL são fragmentos de proteínas normalmente produzidas por células gliais ( células cerebrais que fornecem alimento para os neurônios). Já é conhecido há algum tempo que pessoas com síndrome de Down possuem um mau funcionamento das células gliais.
Os camundongos que foram tratados com as proteínas passaram a ter os marcadores da função glial saudáveis que estavam faltando em ratos com Down que não foram tratados.
Em um outro experimento, os pesquisadores tentaram descobrir se o tratamento poderia causar mudanças na química envolvida na "potencialização de longo prazo" (PLP) - um tipo de atividade chave para a formação da memória no cérebro. Tanto pessoas quanto ratos com Down têm níveis reduzidos de muitos dos agentes químicos envolvidos neste complexo processo. Mas surpreendentemente, os ratos que foram tratados tiveram aumentados os níveis de um receptor chamado NR2B, responsável por iniciar a PLP.
O doutor Craig Heller, co-diretor do Centro de Pesquisa da Síndrome de Down da Universidade de Stanford, é bastante otimista afirmando que este estudo torna claro que dificuldades de aprendizado que eram consideradas permanentes podem ser tratadas.
Ainda deverá haver um longo caminho e etapas a serem transpostas antes que este tratamento chegue a ser aplicado em seres humanos. Mas é definitivamente uma grande esperança para os pacientes com síndrome de down.
Fontes: