terça-feira, 5 de junho de 2007

Mosquito Modificado Geneticamente no combate à Malária



Cientistas americanos desenvolveram espécies de mosquitos geneticamente modificados que são resistentes à malária. Essa descoberta pode mudar a forma como a humanidade vêm lidando com essa doença que afeta entre 300 e 500 milhões e mata 2,7 milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo. No Brasil a região Norte é a mais afetada, principalmente na região amazônica, onde são registrados cerca de 500 mil casos ao ano.
Transmitida pela picada do mosquito do gênero anófeles, a malária perde apenas para a AIDS em termos de números de mortes ao ano.
Essa descoberta abre a possibilidade de serem inseridos mosquitos alterados geneticamente em regiões do planeta onde há focos da doença para que cruzem com os mosquitos ‘selvagens’. Após várias gerações a resistência se espalharia de forma que apenas poucos insetos seriam portadores da malária. Este método no entanto gera controvérsia entre os grupos de defesa do meio-ambiente devido a substituição de uma espécie natural por uma variante geneticamente modificada.
Os críticos tem argumentado que é muito difícil ter certeza de todas as consequências de se inserir novos genes em certas espécies. Mesmo os cientistas envolvidos admitem que muitas pesquisas ainda deverão ser feitas antes de serem inseridas estas novas espécies modificadas no meio selvagem. Embora os primeiros mosquitos modificados geneticamente tenham sido criados há sete anos, eles se mostraram menos saudáveis do que seus equivalentes selvagens. Isso significa que se eles morrerem rapidamente não teriam nenhuma influência na contenção da malária.
Mas um novo estudo liderado por Mauro Marrelli, da Universidade Johns Hopkins em Maryland, Estados Unido, revertem esta posição. Os mosquitos GM (geneticamente modificados) sintetizam uma proteína chamada SM1 que bloqueia a infecção da malária e possuem um gene que faz com que seus olhos sejam verdes ou vermelhos e brilharem permitindo serem facilmente distinguidos dos insetos selvagens. Os cientistas descobriram que esses mosquitos modificados não possuem nenhuma vantagem ao se alimentarem de sangue não contaminado pela malária. Mas eles são muito melhores adaptados quando carregam o parasita da malária. Isso porque o plasmódio não mata mosquitos normais apenas reduz sua taxa de reprodução. Os mosquitos GM não sofrem deste problema e monitorados por nove gerações (vários meses) tiveram uma taxa de reprodução superior aos mosquitos selvagens.
Contudo, as espécies usados nos experimentos, tanto de mosquitos quanto do parasita da malária não são as mais letais ao homem. O mosquito estudado foi da espécie Anopheles stephensi , o principal vetor na Ásia, porém a espécie Anopheles gambiae é a que mais contamina seres humanos principalmente na Africa onde o problema da malária é maior.
O parasita estudado nos experimentos foi o Plasmodium berghei, que não infecta humanos mas é considerado um bom modelo de laboratório para o Plasmodium falciparum, o mais perigoso para nós.
Um outro problema levantado foi que apenas uma proporção muito pequena de mosquitos selvagens são expostos a malária, e os insetos trangênicos não tem uma vantagem competitiva com aqueles que não carregam o parasita. Isso tornaria muito vagaroso o processo de ‘substituição’ natural dos mosquitos contaminados.
Uma técnica diferente foi adotada por uma equipe britância liderada por Andrea Cristiani, do Imperial College, em Londres. Esta equipe desenvolveu um mosquito GM no qual os machos têm testículos fluorescentes permitindo que fossem facilmente identificados e esterilizados. A meta é introduzir uma grande quantidade de machos estéreis que se acasalariam com fêmeas normais reduzindo o número de ovos e portanto os mosquitos da malária. Como os mosquitos são estéreis, eles não transmitiriam seus genes na população selvagem.
Picada Fatal
A mais severa forma de malária é causada pelo parasita Plasmodium falciparum, transmitida pela picada principalmente da espécie Anopheles gambiae.
Há previsões de que o aquecimento global pode resultar no aumento de casos de malária no mundo todo.
— Na África abaixo do Sahara, a malária afeta em sua maioria crianças jovens com cerca de 3.000 mortes ao ano
Alguns sintomas são rigidez no pescoço, convulsões, respiração com dificuldade, e febre superior a 40C
As chamadas doenças tropicais afetam principalmente países em desenvolvimento. Cerca de 90% dos casos estão na África.
Alexandre o Grande, Genghis Khan, Oliver Cromwell, Caravaggio e David Livingstone são alguns dos personagens da história que se supõe terem morrido da doença.
Entre aqueles que se recuperaram apesar de a terem contraído estão Lord Nelson, Sir Arthur Conan Doyle, Gandhi e Ernest Hemingway


Referência: TIMES ONLINE

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