Gripe Suina: Resistencia ao Antiviral Tamiflu
Começaram a surgir nos últimos dias alguns casos de resistência ao antiviral Tamiflu no combate a gripe Suína.
O ministro da saúde japonês afirmou que uma mutação genética do vírus da nova gripe (gripe suína) foi descoberta em seu país.
Numa paciente do sexo feminino o antiviral Tamiflu mostrou-se ineficaz pois o vírus já teria sofrido mutação.
Essa mutação genética soma-se aos outros dois casos (Hong Kong e Dinamarca) relatados nos últimos dias.
Conforme noticiou a agência de notícias Kyodo, o ultimo caso havia sido um paciente que tinha recebido a droga desde que foi diagnosticado com o vírus A(H1N1) há cerca de 2 semanas atrás. A paciente, uma mulher residente em Osaka está se recuperando com o antiviral alternativo Relenza.
Uma portavoz da gigante farmacêutica suíça Roche, que fabrica o Tamiflu, disse que a companhia já foi informada do caso e que "É absolutamente normal, pois 0.4 % dos adultos tratados da gripe desenvolvem resistência ao Tamiflu”. Ela ainda afirma que este caso não significa que o Tamiflu tenha se tornado menos eficiente no combate a gripe suína.
Autoridades dinamarquesas já haviam anunciado que eles tinham descoberto um caso de resistência ao Tamiflu numa paciente que também estava agora sendo tratada com o antiviral Relenza com sucesso.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde o Japão já contabiliza 1,266 casos da nova gripe mas sem nenhuma vítima fatal até o momento.
Já em Hong Kong foi descoberto na última sexta-feira um caso de resistência ao antiviral Tamiflu numa garota de 16 anos que voltou de uma viagem a San Francisco (Estados Unidos) com o vírus da nova gripe. A garota foi interceptada pelas autoridades de saúde de Hong Kong logo que chegou no aeroporto. Como a garota não havia sido tratada com o Tamiflu, a constatação da resistência do vírus ao medicamento foi descoberta através da análise de uma amostra que coletaram dela. Ela se recuperou sem tomar Tamiflu ou Relenza. O vírus entretanto mostrou-se vulnerável ao Relenza.
Os cientistas estão preocupados que o vírus da gripe suína possa trocar genes com outros tipos de gripe e mutar para formas mais infecciosas e perigosas. Mas testes genéticos no vírus da paciente japonesa mostraram que não há traços desse cruzamento.
Até que uma vacina seja desenvolvida as drogas Tamiflu e Relenza são consideradas as melhores alternativas para o combate ao vírus da gripe suína.
Conforme o professor de microbiologia da universidade de Hong Kong, Malik Perris, “Fazer esta descoberta num paciente que não foi tratado causa uma certa preocupação. Um caso não muda o mundo, mas se nós estamos vendo mais e mais casos em pacientes que não foram tratados então eu acho que isso é mais sério..”
O cientista afirma que é provável que surjam novos casos de resistência e que o ponto chave é se essas variações vão tornar-se dominantes.
Ainda não há nenhum relato de resistência ao antiviral Relenza fabricado pelo laboratório Glaxo.
Tanto o Tamiflu quanto o Relenza, reduzem a gravidade e a duração dos sintomas da gripe em 24 a 30 horas se o tratamento começar dentro dos dois primeiros dias da doença, de acordo com os fabricantes.
As duas drogas funcionam bloqueando uma proteína nas partículas do vírus influenza chamadas neuraminidase impedindo assim o vírus de se espalhar para outras células do corpo. Os cientistas dizem que um vírus mutante impediria o Tamiflu de agir modificando a neuraminidase de tal forma que impediria o remédio de bloquear a proteína permitindo assim a propagação.
O caso de Hong Kong indica que o virus modificado é capaz de ser transmitido entre as pessoas.
Fontes:
http://news.yahoo.com/s/afp/20090702/hl_afp/healthflujapanresistance
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601202&sid=a9GPdD61pf30