O Complicado Momento Mundial - Japão e Kaddafi
Enquanto o mundo todo foca sua atenção no desastre japonês, o ditador líbio Muammar Kaddafi aproveita a deixa e avança impiedosamente contra os rebeldes.
Japão
Será que as consequências de um possível desastre nuclear poderia ser ainda maior do que a catástrofe provocada pelo fenômeno natural?
Esta indagação está passando pela cabeça de muita gente na medida que alguns especialistas já classificam a atual crise nuclear japonesa como a maior do mundo desde Chernobyl.
A terceira explosão ocorrida ontem na planta nuclear de Fukushima Daiichi fez os níveis de radiação perto de um dos reatores subir 4 vezes ao que uma pessoa possa ser exposta. Tão alta que o governo japonês já pediu para que quase 150 mil pessoas não saiam de casa num raio de 20 milhas em torno da usina nuclear.
Em Tóquio o governo informa que detectou sobre a cidade níveis de radiação 20 vezes acima do normal. Longe dali os ventos levam parte da radiação para alto mar.
O apelo do Chefe de Gabinete Yukio Edano aos moradores da região foi o seguinte: "Por favor não saiam de casa. Fechem as janelas e as entradas de ar. Não liguem ventiladores e estendam suas roupas lavadas dentro de casa.”
Apenas 50 dos 800 trabalhadores permanecem lutando corajosamente para tentar resfriar com água do mar os 4 reatores nucleares. Os demais foram evacuados quando o nível de radiação se tornou muito alto.
A forma como os japoneses construíram suas plantas nucleares torna a situação ainda mais complicada. Isso porque eles optaram por colocar 4 ou mais reatores juntos o que torna o sistema muito eficiente na geração de energia. Só que a medida que um acidente provoque a explosão de um reator os demais certamente são afetados.
Líbia
Enquanto isso, na Líbia, aproveitando o providencial desvio da atenção mundial, as tropas leais ao ditador Kaddafi avançam sobre o que a rede Al Jazeera classificou de ‘último linha de resistência’ dos rebeldes antes de Benghazi.
Na segunda-feira aviões de Kaddafi começaram a atacar a cidade de Ajdabiya que, uma vez dominada, permitirá que as tropas leais ao ditador cortem as linhas de suprimento que os rebeldes mantêm com o Egito.
Enquanto isso a Alemanha e a Rússia ainda debatem com as Nações Unidas a possibilidade de criação de uma zona de exclusão aérea solicitada desesperadamente pelos rebeldes.
Mais do que parar os ataques aéreos de Kaddafi, um porta-voz dos rebeldes pediu à líderes europeus e a secretária de estado americana Hillary Clinton que também querem ataques contra os tanques e unidades de mísseis que estão sendo usada contra a oposição.