Frutas e Verduras Previnem Doenças Do Coração
Taxa de Mortalidade por Doença Cardíaca é reduzida ao se adicionar frutas e vegetais na alimentação.
Adicionar frutas e verduras na alimentação pode lhe salvar a vida
Acrescentar na sua dieta frutas e vegetais não servirá apenas para deixar sua silhueta elegante mas poderá salvar a sua vida.
Esta constatação é o que revela uma recente pesquisa da Universidade de Oxford.
Enquanto a velha regrinha de consumir pelo menos 5 diferentes frutas e vegetais por dia tem sido um mantra para o consumo de frutas e vegetais, os pesquisadores descobriram que as pessoas que consumiram oito ou mais porções tem 22% menos chances de morrerem de doenças do coração do que aqueles que consumiram três ou menos porções de frutas e vegetais por dia.
O estudo revelou que mesmo aqueles que não conseguem consumir oito porções ao dia, ao acrescentarem mais frutas e vegetais na alimentação diária têm reduzido o risco de problemas cardíacos.
Para cada porção adicional acima de duas por dia, os pesquisadores observaram uma redução de 4% no número de mortes por doenças cardíacas.
Embora estudos anteriores já tenham vinculado o consumo de frutas e legumes à saúde cardíaca, muitas pessoas ainda eram céticas duvidando que esses alimentos têm um efeito protetor direto no coração. Considerando-se a abrangência do estudo realizado (que envolveu mais de 300 mil participantes provenientes de oito países europeus diferentes) e a força de suas conclusões, alguns médicos acham que esses dados podem acabar com as dúvidas que ainda pairam sobre o papel das frutas e vegetais na saúde cardíaca.
"Esse provavelmente é o maior estudo desse tipo já realizado no mundo e deve convencer até mesmo os maiores céticos sobre o valor das frutas e vegetais," disse Dr. Randall Zusman, diretor da divisão de hipertensão no Hospital Geral de Massachusetts em entrevista para a ABC News.
Dr. David Katz, diretor do centro de pesquisas de prevenção da Universidade de Yale afirmou que este estudo faz uma relação entre o consumo ‘suficiente’ de frutas e verduras com o consumo ‘mais do que suficiente’ sugerindo que quanto maior for o consumo de vegetais melhor será a prevenção de problemas cardíacos. Ele demonstrou também preocupação ao constatar que a população americana nem mesmo se aproxima do consumo ‘suficiente’ de frutas e vegetais.
O material publicado terça-feira no Jornal Europeu de Coração (European Heart Journal), é parte do EPIC Trial, um estudo europeu de longo prazo criado para rastrear o efeito da ingestão de frutas e vegetais no câncer.
Nos Estados Unidos, a recomendação até então era de 5 porções diárias de frutas e verduras. Porém os Centros de Controle e Prevenção tornaram essa recomendação mais flexível num documento apelidado de ‘Fruits and Veggies’ (Frutas e Vegetais) que passou a considerar também idade, sexo e nível de atividade para definir as quantidades recomendadas.
Para um homem com vida sedentária em torno de 40 anos, as recomendações são agora dois copos de frutas e três xícaras de legumes por dia; para uma mulher sedentária na mesma faixa etária a recomendação é 1,5 xícaras de fruta e 2,5 xícaras de legumes.
Oito porções ao dia, que foi o consumo considerado ideal no estudo são aproximadamente 715 gramas (23 onças).
Comer quase um quilo e meio de vegetais por dia pode parecer assustador, mas na prática não é tanto assim. Um laranja grande de umbigo ou mesmo uma maçã grande pode chegar a cerca de 200 e poucas gramas. Somando-se saladas no almoço e no jantar poderíamos facilmente chegar aos valores recomendados.
A Dr. Francesca Crowe, líder da equipe que publicou o estudo admite no entanto que considerando que a maioria da população nos Estados Unidos e no Reino Unido consome menos de cinco porções por dia pedir para consumirem oito é forçar muito a barra.
Ela acrescenta que a cada porção adicionada a dieta resultaria num benefício adicional a saúde do coração. Segundo ela, essa poderia ser uma meta de saúde pública relativamente simples para incentivar todos a aumentar a ingestão de frutas e legumes em pelo menos uma porção a mais por dia.
De que forma comer Frutas e Verduras pode nos ajudar
O Dr. Keith Ayoob, professor adjunto do Departamento de Pediatria no Albert Einstein College of Medicine, em Nova York, informa que existem várias evidências em relação a forma como frutas e vegetais previnem doenças do coração. Segundo ele, frutas e legumes contêm vitaminas, minerais e antioxidantes que têm um efeito específico sobre a saúde cardiovascular.
Já o Dr. Stephen Devries, que trabalha na prevenção de doenças cardíacas no Northwestern Hospital explica em entrevista a ABC News que outra possível forma de atuação é o impacto que as frutas e vegetais tem na redução da inflamação cujo mecanismo de atuação nas doenças cardiovasculares já é bastante conhecida.
Ele observou ainda que é necessário considerar também que frutas e vegetais não apenas acrescentam elementos importantes na nossa alimentação, mas também substituem outros. Uma dieta rica em frutas e verduras deixa menos espaço para alimentos com alto teor de gordura, colesterol e sal, elementos frequentemente associados com aumento do risco de doença cardíaca.
Isto contribui para "baixar a pressão arterial (porque estes alimentos são livres de sal), diminuir o colesterol (por não terem gordura) , para perda de peso (porque eles tendem a serem associados com emagrecimento), além de reduzirem a taxa de açúcar no sangue (por possuírem baixos teores de carboidratos e açúcar).
Além disso, apenas por ocupar espaço no estômago (que poderia ser usado por alimentos não saudáveis) já traria grandes benefícios à saúde cardiovascular.
“Mais importante ainda, existem poucas (ou talvez nenhuma) contra-indicações em consumir grandes quantidades de frutas e vegetais. Eu digo a meus pacientes para comerem qualquer frutas e vegetais que gostem o quanto quiserem.” Afirmou o Dr. Ayoob, "Eles são tão boas para você. Na verdade, Os Vigilantes do Peso não deveriam nem contá-las em seus programas de controle de peso a partir de agora. Ninguém ganha peso ao comer legumes e frutas inteiras" afirmou ele na entrevista que concedeu a ABC News.
Referência: abcnews.go.com